Samba dos Lanceiros de Pelotas está na final da disputa de samba-enredo da Portela 2026

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O Samba dos Lanceiros, de Pelotas, conquistou uma vaga histórica na final do concurso de samba-enredo da Portela, no Rio de Janeiro. Após a apresentação no último domingo (21), em Madureira, o resultado divulgado nesta segunda-feira (22) confirmou a classificação da parceria para a etapa final da disputa. Entre as 35 obras inscritas, apenas quatro parcerias chegaram à etapa decisiva, que será realizada no dia 26 de setembro, no Portelão, em Madureira.
A obra representa o Rio Grande do Sul no enredo “O Mistério do Príncipe do Bará – A oração do Negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto de Madureira”, tema oficial da escola para o Carnaval de 2026. A classificação consolida a presença gaúcha em um dos concursos mais prestigiados do carnaval brasileiro e registra, pela primeira vez, a chegada de uma parceria de Pelotas à grande final da Portela.
O samba é assinado por Daiane Molet, Anderson Xilico, Chico Professor, Fagner Presidente, Fred Feijó, Marcéle Salles e Maninho Veiga. Toda a concepção e gravação foi realizada no Rio Grande do Sul, valorizando expressões típicas gaúchas e a sonoridade da gaita, em diálogo com a tradição portelense.
Para a compositora Daiane Molet, o momento é de orgulho e afirmação. “Estar na final da Portela é um sonho que se torna realidade. Vamos seguir representando o nosso povo e, em especial, a nossa gente preta do Rio Grande do Sul”, disse.
Letra do samba Finalista
Portela 2026 – Samba dos Lanceiros
Composição: Daiane Molet, Anderson Xilico, Chico Professor, Fagner Presidente, Fred Feijó, Maninho Veiga e Marcéle Salles
Intérpretes: Igor Sorriso e Renan Ludwig
Negrinho, alumia o breu da noite
Revela o filho de Sakpatá,
Navega nas águas, sacode a palha
Abraça o rincão, destino do Ifá
Baila a coroa, bate folha e tambor
Custódio peleia é achego da cor
Desata a diferença, amarra o entrevero
A negritude firma ponto no cruzeiro
Alupo! Sobre o solo do sagrado
A nação firma o ponto no Mercado
Toca o sino no terreiro
Pro batuque começar
Chama a reza tamboreiro… ayan, ilú, bata
Bate cabeça pra saudar teu orixá
Dança na roda de Bará a Oxalá
No pago onde o minuano assovia
Troveja o couro no afago da mão preta
Compasso da caninha, maçaquaia e cantiga
Guia os passos do cortejo calhambola
Resiste na fé, em ritos de arte
Ergue o estandarte e estampa o grito
Ecoa no 20! De Palmares aos pampas
Meu guri, na querência negra te lança
Voa… com a Portela ao apogeu
Luz da tua vela
A iluminar e coroar o povo teu!
Majestade da minha vida, traz axé e vai na ginga
Faz façanha com seu manto branco e azul
Batuqueira bota a cara na avenida
É gente preta do Rio Grande do Sul
Fonte: Jornal Tradição