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Acompanhe a matéria:

Durante a semana do autismo, um episódio em Três de Maio chocou a comunidade e acendeu um alerta importante: ainda estamos falhando como sociedade quando se trata de inclusão e empatia.

O caso do menino Artur, de 13 anos, que tem autismo e hiperfoco, chamou a atenção de todos. Ele estava brincando por alguns minutos no elevador de um estabelecimento, enquanto o pai passava as compras pelo caixa,— um ambiente onde se sentia feliz, seguro e realizado — e foi retirado do local. Esse momento, embora pareça simples, abriu uma pauta necessária: o quanto ainda estamos despreparados para agir com empatia e respeito quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência?

Essa reflexão vai além da empatia. Ela nos leva a falar de responsabilidade afetiva — o compromisso emocional e ético de considerar os sentimentos e necessidades do outro.

Pessoas com deficiência, ou com transtornos do neurodesenvolvimento como o autismo, enfrentam diariamente não apenas os desafios de suas condições, mas também os obstáculos impostos por uma sociedade que ainda não está pronta para acolher, respeitar e incluir.

 

Um pedido de escuta e mudança

Em nota à imprensa, Eliane, mãe de Artur, reforça a importância de olhar para esse caso com seriedade e empatia:

"A publicação teve como principal objetivo trazer à tona uma conversa necessária e urgente sobre o papel da sociedade e das políticas públicas na construção de um mundo verdadeiramente inclusivo. A questão central não está restrita a um local ou a uma criança, mas sim ao direito de todas as pessoas com necessidades especiais de viverem com dignidade, respeito e acesso pleno aos espaços sociais.Após o calor das emoções, é hora de nos unirmos, com escuta ativa e responsabilidade, para pensarmos em soluções reais. A participação de todos é fundamental. Porque hoje, a dor de uma família autista é, na verdade, a dor de todas as famílias atípicas e por conseguinte da sociedade. Que ela nos mova à ação."

 

Inclusão em números: o que dizem os dados sobre pessoas com deficiência no Brasil

  • Segundo o IBGE (Censo 2022), mais de 18,6 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência – cerca de 8,9% da população.
  • De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015):

“A pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.”

  • Uma pesquisa do Instituto Locomotiva (2022) revelou que:
  • 76% das pessoas com deficiência se sentem invisíveis no comércio e serviços;
  • 61% afirmam já terem sido mal atendidas ou discriminadas em estabelecimentos comerciais.

Mesmo com acesso à informação, ainda falhamos como sociedade. É preciso discutir esse assunto nas escolas, empresas e comunidades de forma constante.

 

A voz da Associação dos Pais e Autistas de Três de Maio

Em nota à imprensa, a associação reforça a importância do diálogo e da construção conjunta:

“Queremos frisar que primamos pelo diálogo e o respeito. O supermercado nos procurou (caso não o fizesse, nós o faríamos), mostrou preocupação com o fato lamentável, dialogamos, ouvimos e fomos ouvidos.

O que queremos como associação? Que situações como essa não voltem a acontecer.

Buscamos o que todo pai e mãe deseja: que nossos filhos sejam felizes e respeitados. Para isso, precisamos com urgência de inclusão, informação, políticas públicas, acolhimento e empatia.

Hoje somos mais de 72 famílias. Essa caminhada não é sobre ser melhor que ninguém, é sobre garantir o direito de ir e vir de pessoas com autismo com respeito, compreensão e amor. E sempre que puder, faça a seguinte pergunta: e se fosse com seu filho?”

 

Entendendo melhor: o que é deficiência? E o que é o autismo?

Quem são as pessoas com deficiência?

O termo “pessoa com deficiência” (PcD) é o mais recomendado atualmente. Ele se refere a indivíduos com:

  • Deficiência física (cadeirantes, amputados, etc.)
  • Deficiência visual ou auditiva
  • Deficiência intelectual ou múltipla
  • Transtornos do neurodesenvolvimento (como o TEA – Transtorno do Espectro Autista)
  • Condições temporárias que afetam a mobilidade ou a comunicação

É importante lembrar: o foco deve estar sempre na pessoa antes da condição.

 

E sobre o autismo (TEA)?

O TEA não é uma doença. É uma forma diferente de o cérebro funcionar. Pessoas autistas podem:

·Ter hiperfoco em atividades específicas (como o Artur com elevadores ❤️)

·Se comunicar de forma diferente (nem sempre verbal)

·Ter sensibilidade a sons, luzes ou toque

·Precisar de rotinas e previsibilidade

Mas o mais importante: cada autista é único. O espectro é amplo — alguns têm autonomia total, outros precisam de apoio constante. Todos merecem respeito e espaço para ser quem são.

No caso de Artur, o elevador era mais do que um objeto: era um refúgio, uma fonte de alegria. Ao invés de acolher, entender e adaptar, a resposta foi de exclusão.

E isso diz muito mais sobre nós, sociedade, do que sobre ele.

 

E as empresas? Qual o papel delas?

As empresas — especialmente as que lidam com o público — têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e acessível.

A maior pauta trazida pelos pais do Artur e pela Associação é clara: informação e capacitação. É preciso preparar os colaboradores para lidar com pessoas com deficiência, especialmente com TEA.

 Checklist para empresas mais inclusivas:

  • Seus funcionários sabem o que é o autismo?
  • A equipe passou por capacitações em atendimento inclusivo?
  • A empresa possui protocolos para acolher clientes com deficiência?
  • Existe um canal para ouvir e acolher situações como a vivida por Artur?
  • Existe empatia no atendimento?

Não basta ter rampas e elevadores, se falta preparo humano.

A Associação reforça que a APAE está disponível para auxiliar nessa missão com profissionais capacitados, e que os próprios pais se colocam à disposição para ajudar na disseminação de conhecimento.

“Essa caminhada é longa, mas cheia de pessoas dispostas a levar amor, coragem, fé e ações concretas. Precisamos aprender juntos, com humildade, para formar uma sociedade mais acolhedora e mais inclusiva.”

 

Conclusão: é hora de transformar

O caso de Artur não é isolado. Ele é um chamado à reflexão e à mudança.

A exclusão, o preconceito e a falta de preparo são barreiras reais enfrentadas todos os dias por pessoas com deficiência.

E cabe a cada um de nós — como cidadãos, empresas e comunicadores — mudar essa realidade.

Porque mais do que conscientizar, é hora de transformar.

E essa transformação começa com atitudes simples:

·Ouvir antes de julgar.

·Acolher antes de negar.

·Adaptar antes de excluir.

 

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