Super bergamota em solo urbano

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No quintal urbano de Ivan Marcos de Oliveira ele atribui que o frio virou aliado da fruticultura. O guarda municipal, com residência em Porto Alegre, no bairro Partenon, colheu bergamotas de proporções e peso consideráveis: 400 e 415 gramas da espécie ponkan, cujos frutos maduros pesam, em média, entre 130 e 200 gramas. O feito virou assunto entre os colegas de trabalho, família e amigos.
Ele pontuou o resultado incomum as baixas temperaturas mas também a uma série de cuidados básicos realizados durante todo o ano.
“Adubação orgânica, podas cuidadosas e amor pelas plantas”, afirmou, acrescentando que possui um pomar composto por seis frutíferas, sendo duas árvores da espécie ponkan, outras das laranjas bahia e do céu, goiaba, caqui e mais de 50 vasos de outros tipos de vegetação.
De acordo com Oliveira, para os frutos de ponkan com peso e tamanho diferenciados foi utilizado esterco e composto para a adubação. “Tem pessoas que acham bonito quando a planta fica ‘fechada’. É claro que é bonito mas para a produção, para uma fruta de melhor qualidade, evitar insetos e fungos, tem que ‘abrir’ ao meio”, detalhou, referindo-se a prática de orientar o crescimento da planta moldando sua estrutura para otimizar o recebimento de luz e ventilação.
Conforme o guarda municipal, as ponkan de 400 e 415 gramas além de robustas também resultaram em exemplares doces e suculentas. “Leio muito sobre fruticultura”, esclareceu, satisfeito, pontuando que o citrus precisa do frio para a formação do açúcar. O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Thompsson Didoné, contudo, aponta que tanto a laranja e a bergamota são sensíveis às baixas temperaturas.
Thompson esclarece que, na Serra Gaúcha, as recentes ondas de frio são importantes no desenvolvimento de uva, maçã, pêra, pêssego e ameixa. Conforme o extensionista rural, as baixas temperaturas desta época do ano são fundamentais para a conclusão do ciclo fisiológico denominado dormência.
“Essa dormência reduz o ciclo vegetativo da planta ao mínimo, que continua em etapa que necessita de frio para completar a formação de fitohormônios no interior das gemas que são aquelas estruturas nos galhos que irão gerar as novas brotações e as novas produções da próxima safra”, explicou.
O extensionista rural ressalta que pouco frio representa pouca rotação e produção. Em contrapartida, baixas temperaturas de 15 graus negativos significam também preocupações para as frutíferas citadas. “Além disso, o frio é um fungicida natural, diminuindo a quantidade de pragas para o próximo ciclo das plantas”, esclareceu apontando-o como um hercibida natural de controle para a maioria das ervas daninhas.
Fonte: Correio do Povo